Um violento acidente de viação, na noite de anteontem, na A1, em Santa Maria da Feira, resultou na morte de um responsável do departamento informático da fábrica Portucel, em Cacia.
Fernando Lima, de 51 anos, não sobreviveu às graves lesões provocadas pelo brutal sinistro, que feriu, ainda, a sua mulher, o presidente a Junta de Angeja e a esposa deste último, todos residentes naquela freguesia pertencente ao concelho de Albergaria-a-Velha.
“Vi logo que já estava morto, mas não tive coragem de dar a notícia às senhoras. Preocupei-me, antes, em transmitir-lhes calma e afastá-las do local e fiz questão de ser o último a ser assistido”, contou o autarca.
Foi com alguma dificuldade e emoção que António Nunes de Almeida recordou o acidente que ceifou a vida do seu amigo, cerca das 22 horas, na zona de Lourosa, sentido Norte/Sul, quando um furgão embateu na traseira da viatura, um Mercedes-Benz 220c, em que se encontravam os dois casais.
“Primeiro, sentimos uma pancada forte. Depois, batemos nos railes de protecção, o carro capotou e foi projectado para uma ravina, a cerca de seis metros da berma”, disse o presidente.
António Nunes de Almeida apercebeu-se de imediato que Fernando Lima estava gravemente ferido. “Perguntei-lhe se estava bem e ele já só me pediu para lhe soltar o cinto de segurança. Em seguida, reparei que já não tinha pulsação”, relatou.
Os Bombeiros Voluntários de Santa Maria da Feira limitaram-se a desencarcerar o cadáver do homem, que sofreu hemorragias internas graves.
Os restantes feridos, na casa dos 50 anos, conseguiram sair do carro pelos seus próprios meios e sofreram, apenas, algumas escoriações, tendo sido conduzidos ao Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, na Feira, somente por precaução. Receberam alta pelas quatro horas da madrugada de ontem e, combalidos, regressaram a casa juntos.
Na origem da colisão terá estado uma distracção por parte do condutor do ligeiro de mercadorias. “Quando vos vi, tentei desviar-me, mas já não consegui”, disse o homem aos sinistrados. As causas serão apuradas por militares do Destacamento de Trânsito da GNR de Santa Maria da Feria, que estiveram no local, assim como bombeiros da corporação de Espinho.
António Nunes de Almeida garante que o veículo em que seguiam circulava a uma média de 70 km/h. “Tínhamos estado a jantar em Espinho e estávamos todos bem-dispostos. Não estávamos com pressa”, garantiu.
O funeral de Fernando Lima deverá realizar-se amanhã, em Angeja
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