Manuel Godinho figura entre os beneméritos da Fundação do Museu Nacional Ferroviário a par do Estado, de empresas públicas do setor, municípios e privados. A empresa O2, controlada pelo principal arguido do processo Face Oculta, foi convidada em 2008 para o conselho de fundadores quando já tinha há cerca de um ano problemas na justiça com a REFER.
Um caso de levantamento indevido de material que ficou conhecido como processo Carril Dourado e motivou o corte de relações comerciais.
O empresário de Ovar pagou 25 mil de euros para a sua empresa integrar o restrito núcleo de entidades equiparadas a fundadoras e até doou material de escritório.
Júlio Arroja, atual presidente da fundação, ouvido como testemunha de acusação do processo “Face Oculta” confirmou. Na altura, não se viram motivos para cautelas. Hoje seria diferente. “Numa situação destas não”.
Este caso serviu para o advogado João Folque, que defende o ex-quadro da REFER Carlos Vasconcellos, voltar a questionar o relacionamento institucional da ferroviária com Manuel Godinho.
“Porque é que a O2 merecia tratamento privilegiado porque certamente não seriam todos os fornecedores que eram convidados para o conselho de fundadores da Fundação e ao mesmo tempo havia uma suposta suspeição sobre a O2. É algo incongruente e estranho”.
A REFER encabeça a lista de pedidos de indemnização do processo Face Oculta, exigindo 840 mil euros. Diário de Aveiro |