O PS de Estarreja afirma unidade contra a prorrogação do prazo de concessão à Águas do Vouga, empresa a quem foi concessionada a captação de água pela Associação de Municípios do Carvoeiro. Os Vereadores do PS na Câmara de Estarreja, Fernando Mendonça e Manuel Pinho Ferreira, bem como os membros da Assembleia Municipal do PS votaram todos contra numa posição que a concelhia define como oposição “a qualquer negócio que indicie entrega do abastecimento público de água a privados”.
Em nota divulgada, ontem, à tarde, a concelhia afirma “profunda preocupação com o que está a acontecer quanto ao acesso à água pela população”. Realçando que não é contra “o investimento previsto”, diz ver “com extrema preocupação o futuro do abastecimento público de água”. Considera que há muitas dúvidas por esclarecer.
A estrutura liderada por Marisa Macedo admite que percebe o contornos do negócio mas não concorda que se faça à custa dos consumidores e dos preços da água.
“Sabemos que a Águas do Vouga pretende expandir o sistema do Carvoeiro com o objetivo de captar mais água. Para isso, é necessário proceder a obras (para construir, por exemplo, mais reservatórios e condutas). Querem, então, candidatar-se aos fundos europeus, através do POVT (QREN). Acontece que os fundos europeus não cobrem toda a despesa, pelo que a Associação de Municípios do Carvoeiro tem de entrar com a parte não comparticipada. Como é necessário o montante para fazer face à parte não comparticipado, esta associação está a apresentar como solução alargar o período de concessão da exploração da captação da água por mais 10 anos à Águas do Vouga, S A . Em troca, a Águas do Vouga adianta, desde já, as rendas devidas por esses 10 anos e, com esse dinheiro, a Associação dos Municípios do Carvoeiro suporta a parte das obras não comparticipadas pelos fundos europeus”.
Marisa Macedo adianta que a “Águas do Vouga” é uma empresa totalmente privada o que faz com que o processo de captação esteja nas mãos de privados e lembra que a distribuição está nas mãos da ADRA, do Grupo Águas de Portugal, cuja “privatização está prevista no Orçamento de Estado de 2012”.
Com este quadro, o PS defende que o “abastecimento público de água à população nunca poderá ser um negócio à mercê de interesses privados, que apenas visa o seu próprio lucro”.
“O PS entende que a água, enquanto bem essencial e indispensável, deve estar na primeira linha dos interesses a defender pelas autarquias. Hipotecar o futuro a troco de algum dinheiro no presente, não parece ser o melhor caminho na defesa dos interesse dos munícipes”. Diário de Aveiro |