FACE OCULTA: AS ESCUTAS, MAIS UMA VEZ, A DITAREM O RUMO DO JULGAMENTO.

O Ministério Público tentou, mais uma vez, saber o que levou Paulo Penedos a ter muitos cuidados ao telefone a partir de Junho de 2009.

A assistente de Rui Pedro Soares, ex-administrador da PT, teve uma aparição inesperada e fez a pergunta diretamente: se teria sido o seu cliente a avisar da existência de escutas.

Escutas publicadas pelo jornal SOL revelaram conversas entre Rui Pedro Soares e Paulo Penedos, na altura, seu assessor jurídico na PT, sobre negócios para controlar meios de comunicação social.

Paulo Penedos não foi além das desconfianças genéricas sobre a existência de escutas ilegais, sem apontar nomes.

Não satisfeita, a assistente de Rui Pedro Soares requereu a certidão de arquivamento do processo por violação de segredo de justiça que correu em Lisboa, por não terem sido apurados ilícitos. O juiz não relevou o interesse do pedido para o julgamento e indeferiu. Ricardo Sá Fernandes, que defende Paulo Penedos, subscreveu: “Completamente impertinente para estes autos, não tem nenhuma relevância para estes autos. Nós não podemos transformar este julgamento num palco de outros combates e de outras lutas”.

Paulo Penedos continua a reclamar o acesso a todas as escutas para se defender, diz que “esse processo que nunca chegou a ser processo de alegado atentado contra o estado de direito valeu o que valeu e, do meu ponto de vista, só serviu para me penalizar e prejudicar a minha imagem pública, por isso é que nós continuamos à espera das decisões dos tribunais superiores relativamente ao acesso às escutas telefónicas, para contextualizar o meu envolvimento de natureza exclusivamente profissional”.

O advogado terminou esta quarta-feira o depoimento garantindo também que nunca beneficiou as empresas de Manuel Godinho com informação privilegiada obtida junto do Pai,  presidente da REN, também arguido.


Diário de Aveiro



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