ALEGADO ESQUEMA DE "BRANQUEAMENTO DE RESÍDUOS" MOVIMENTOU 40 MILHÕES DE EUROS DE FATURAS FALSAS.

O alegado esquema de "branqueamento de resíduos" movimentou 40 milhões de euros de faturas falsas entre 2005 e 2008 em negócios que envolveram o grupo de Manuel Godinho. Número revelado no tribunal de Aveiro por um inspetor tributário que acompanhou a investigação do processo Face Oculta e antes disso participou num inquérito por crimes fiscais.

Para "passagem de faturação", Manuel Godinho recorria a empresas "de fachada" mas também sociedades e empresários em nome individual não declarantes fiscais.

O caminho de cargas "clandestinas", resultantes de furtos ou pesagens manipuladas, "maioritariamente" de contratos com grandes empresas públicas, passava, em grande medidas, pelos empresários Paulo Pereira Costa e Manuel Nogueira Costa, pai e filho, que também operavam em Ovar, e sobre os quais Manuel Godinho teria ascendência, um dos pilares do crime de associação criminosa que é imputado a mais quatro colaboradores do empresário.

A defesa dos dois empresários que o MP considera testas de ferro procurou abalar a tese na audiência desta quinta-feira. “Quando se diz que o arguido Paulo Costa está envolvido numa associação criminosa e apenas se deteta um único caso em que terá havido branqueamento de resíduos isto não pode nunca corresponder a uma pratica reiterada e foi isso que procurámos demonstrar. Reparou que a testemunha disse que era uma partilha de interesses. Partilha de interesses é diferente de ascendência e associação criminosa. São lógicas processuais completamente distintas”.

Pedro Marinho Falcão pôs em causa igualmente os indícios que apontam para os crimes de recetação de que estão acusados os seus clientes.


Diário de Aveiro


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