No julgamento do processo Face Oculta, Namércio Cunha responde hoje a advogados de outros arguidos. O antigo homem de confiança tem feito declarações comprometedoras para alguns dos restantes acusados pelo Ministério Público. E também assumiu arrependimento.

Nada fez fez saltar, para já, da cadeira o advogado encarregue da defesa de Manuel Godinho, três dias e meio depois do inicio do depoimento de Namércio Cunha.

O arguido está desde ontem a responder já a assistentes e defensores de arguidos, indo, como aconteceu em interrogatórios do inquérito, ao encontro de teses da acusação inscritas no processo Face Oculta.

O ex diretor geral da O2 atribuiu a Armando Vara e Lopes Barreira (acusados de tráfico de influências) atividades de “lobistas” com os quais os seu antigo patrão contava para resolver certos “conflitos”.

Processualmente, sem quaisquer consequências garante Artur Marques. “Não há nenhum tipo de surpresa. É uma maneira de ver este depoimentos. Vejo isto como leitura processual. Há regras de análise dos depoimentos e não há surpresa. Relativamente ao objeto do processo este depoimento não compromete”.

Namércio Cunha foi confrontado pelo assistente no processo indicado pela REFER, uma das empresas presumivelmente prejudicadas pela alegada “rede tentacular” encabeçada pelo empresário de Ovar em casos de supostas “manipulações de pesagens”, de forma a tirar proveitos em levantamentos de resíduos.

Reconheceu que deveria ter tido outra postura, em mais um sinal de arrependimento que a par da colaboração com o tribunal poderá ter influência na sentença.