No processo Face Oculta, o advogado de Armando Vara desvalorizou hoje o depoimento do antigo director geral da O2. Namércio Cunha, que era um dos braços direitos do empresário das sucatas Manuel Godinho, disse que o ex-Ministro socialista era visto como "um lobista" que poderia ajudar a abrir portas. O advogado Tiago Rodrigues Basto não vê que o envolvimento do antigo administrador da Caixa Geral de Depósitos tivesse serviço para fins ilícitos, que a acusação do Ministério Pública traduz como tráfico de influências. "O que Namércio Cunha trouxe ao Tribunal, já toda a gente conhecia, que havia um relacionamento entre Manuel Godinho e Armando Vara, que Armando Vara é uma pessoa com muitos conhecimentos, contactos e relacionamentos, não era segredo para ninguém" e o que Namércio Cunha referiu é que "não tinha conhecimento que Armando Vara tivesse utilizado o que quer que seja em prol de Manuel Godinho, o que ele disse ao Tribunal é aquilo que nós temos dito vezes sem conta, Armando Vara é amigo do seu amigo, que tinha um bom relacionamento com Manuel Godinho e foi isso que Namércio Cunha reiterou hoje ao Tribunal", disse o advogado. Namércio Cunha transmitiu ainda ao Tribunal de Aveiro “a percepção” do envolvimento de José Penedos, ex-Presidente da REN, em negócios da O2 mediados por Paulo Penedos, filho do antigo homem forte da eléctrica e à altura dos factos, advogado de empresa de Manuel Godinho. Diário de Aveiro |