O Presidente da Câmara não atendeu o apelo de cerca de três dezenas de cidadãos que falaram na reunião pública a exigir que fosse travada a construção do novo atravessamento para ligar o jardim do Rossio ao Alboi. "Esta ponte avança já, porque é possível concretizar. Tem sequência, respeita a pessoa que vai para o outro lado e tem continuidade", declarou Élio Maia no período em que os membros do executivo puderam abordar a polémica suscitada pela mobilização de um grupo de cidadãos que encontrou menos de uma dezena de opiniões favoráveis pela frente.
A tomada de posição contrária, sobretudo pelo impacto paisagístico, não foi diretamente abordada pelo presidente. "Só aqui estão 250 dos 100 mil aveirenses. A ponte não anula a ponte do Plano Polis que há-de desenvolver-se para o outro lado", afirmou o autarca independente eleito numa coligação do PSD com o CDS.
Élio Maia lembrou na resposta à ronda inicial um argumento que já foi ouvido da parte da maioria. Deslocar a ponte do canal central para a zona das Pirâmides, "neste momento" ligaria o jardim do Rossio "para um passeio de um metro, onde passam milhares de veículos, desloquem-se ao local", desafiou.
Da maioria, o vereador Pedro Ferreira lembrou as consequências, nomeadamente indemnização ao consórcio e perda da comparticipação se o projeto fosse suspenso.
O vice-presidente, Carlos Santos, acusou o movimento de cidadãos contra de "manipulação", garantindo terem recorrido a uma imagem "que não tem rigorosamente nada a ver com a nossa ponte".
"Tudo isto tem de ser pensado", pede vereadora Maria da Luz Nolasco. A "intuição" leva a crer que "pode ser um virar de página para novas vivências". Mas Maria da Luz Nolasco não ter certezas, ainda, apesar do processo estar muito adiantado ao ponto de entrar em obras a curto prazo.
"Tudo isto tem de ser pensado, até pela força das suas palavras". A vereadora Maria da Luz Nolasco, a única eleita do CDS na maioria com funções a tempo inteiro, não foi insensível ao protesto. "Preciso de um momento de reflexão", admitiu a eleita ao expressar a sua posição.
elo PS, João Sousa reforçou a contestação. "A ponte compromete irremediavelmente a imagem, memória de Aveiro e o equilíbrio do seu centro", disse.
A preservação da zona deve por isso ser "alvo de medidas legais", pelo que o eleito socialista propôs a entrada de um pedido junto do IGESPAR para classificação entre ponte praça e ponte da Dubadoura.
João Sousa pediu também pelo PS "o bom senso" da Câmara "não iniciar" a obra enquanto não se terminarem trabalhos de planeamento em curso, nomeadamente a revisão do Plano Polis.
Quis saber, ainda, se a obra está consignada, tem visto do Tribunal de Contas ou emitidas todas as licenças", no fundo para saber "se estão reunidas todas as condições". Diário de Aveiro |