O administrador judicial da empresa de trabalho portuário aconselha os estivadores a voltarem ao trabalho. Diz que seria a forma de criar um ambiente mais favorável ao debate sobre o futuro da empresa que está em processo de insolvência. Hoje é o segundo dia de greve em portos nacionais e o administrador vai reunir com os representantes sindicais.
José Gonçalves disse que ainda não é o liquidatário da Empresa de Trabalho Portuário de Aveiro (ETP). Espera, de resto, ter condições para apresentar um plano de recuperação da insolvente. Desde logo com o regresso ao trabalho dos estivadores.
"Se nós quisermos manter a chama acesa no sentido de recuperar a empresa é fundamental que ela não deixe de operar”, apelou segunda-feira à tarde, depois de uma primeira apresentação que juntou os acionistas e representantes dos trabalhadores.
O gestor judicial recusou, nesta fase, o fecho da empresa. "Nós não devemos tomar de ânimo leve uma decisão de liquidação antecipada", afirmou.
O levantamento da greve é importante "mas há outros aspetos fundamentais, sobretudo, na organização do trabalho da empresa", sublinhou.
Deve ser colocado novamente em cima da mesa, igualmente, a redução da força laboral que é tida como excessiva. José Gonçalves gostaria de assistir a "uma dinâmica de compromisso" dos acionistas "no sentido de tudo" para p apoiarem a encontrar "uma solução sustentável".
A primeira assembleia de credores da ETP está marcada para 13 de Março.
Com um passivo de meio milhão de euros, subsídios de férias e Natal por pagar, colocou 80 postos de trabalho em risco.
Os sindicatos temem que o Porto de Aveiro, a pretexto desta insolvência, seja "cobaia" da liberalização do trabalho portuário que é exigido no memorando da troika, o que motivou a solidariedade de estivadores de seis outros portos. Diário de Aveiro |