?O furto de cobre de instalações eléctricas tem aumentado na Bairrada. Apesar da forte vigilância policial, o número de furtos não pára de aumentar. Uma só noite pode render mais de 700 euros, já que o cobre está a ser comercializado, segundo fonte policial, entre os 5 e os 7 euros.
Os assaltantes têm incidido a sua actividade criminosa nos postes eléctricos e postos de transformação da EDP de onde retiram os cabos de ligação à terra, deixando desprotegidas as instalações.
JB sabe que a EDP tem substituído os cabos furtados, contudo uma grande parte dos furtos acontece em locais ermos sem que a distribuidora eléctrica tenha conhecimento dos furtos.
Recentemente o Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Anadia deteve dois indivíduos, de 26 e 27 anos, residentes em Fermentelos, e em Oiã, por suspeita de furto de cobre em zonas de antenas de telemóveis.
Apesar dos indivíduos estarem referenciados, acabam sempre por aguardar em liberdade o desfecho do processo. Nessa mesma noite, a patrulha da GNR de Oliveira do Bairro, com a colaboração dos NIC, identificou quatro indivíduos, todos da mesma família, que se encontravam a “queimar” cobre, no local ermo da zona industrial de Oiã.
Os indivíduos, 20, 28, 39 e 42 anos, residentes na Costa do Valado, Aveiro, foram identificados, não tendo sido apurada a origem de 30 quilos de cobre, entretanto apreendidos, que estavam em seu poder.
Sistema judicial. Fonte policial referiu JB que o sistema judicial não leva em conta que o furto do cobre em instalações eléctricas origina problemas de segurança nas instalações, sendo tipificado apenas como mais um furto.
Já na última semana de Junho, o campo desportivo do Águas Boas, em Oiã, foi visitado e mais de 250 metros de cobre, equivalente a 200 quilos de cobre, foram furtados. O prejuízo é superior a dez mil euros.
O gang utilizou um tractor para desenterrar os cabos e no interior das instalações foram destruídos os quadros eléctricos e um gerador, com o objectivo de retirarem o cobre.
Fonte policial explicou ao JB que “o cobre é derretido e introduzido no mercado, o mesmo acontecendo com as tampas de saneamento que são fundidas”.
Sucateiras. O nosso interlocutor afirma ainda que “na Bairrada estão referenciadas algumas sucateiras, contudo, muitas destas são intermediárias de empresas de maior dimensão”, justificando que “o crime de receptação é muito difícil de ser provado”. “Temos proprietário de sucateiras que já foram constituídos arguidos, mas acabam por serem condenados ao pagamento de multas”. “A justiça olha para estes furtos como crimes menores”, acrescenta a fonte.
Diário de Aveiro |