O presidente da Câmara de Aveiro, Élio Maia (PSD/CDS-PP) retirou todos os pelouros aos vereadores Ana Vitória Neves e Miguel Fernandes, anunciou ontem a autarquia.
Em causa estão os votos dos dois vereadores contra a proposta da autarquia de entregar a gestão do estádio do Euro 2004 ao Beira-Mar, na reunião pública do executivo municipal na passada semana.
A cessação de funções como vereadores com pelouros de Ana Vitória Neves (independente eleita pelo PSD) e Miguel Fernandes (CDS-PP) tem efeitos a partir de hoje, segundo o despacho assinado pelo presidente da Câmara.
De acordo com uma nota da autarquia, Élio Maia irá assumir os pelouros detidos até agora pelos dois vereadores, que deixarão de exercer os respectivos cargos em regime de permanência e tempo inteiro.
Até hoje, a vereadora Ana Vitória Neves assumiu os pelouros da Administração, Recursos Humanos e Informática e I&D. O vereador Miguel Fernandes detinha os pelouros Jurídico, Polícia Municipal e Protecção Civil, Mercados e Feiras, Apoio ao Consumidor e Publicidade.
O presidente da Câmara remete para a reunião de Assembleia Municipal de quarta-feira mais esclarecimentos adicionais sobre a distribuição de pelouros e cessação de funções dos dois vereadores.
A decisão surge depois de CDS-PP e PSD terem retirado a confiança política aos dois vereadores, após estes terem chumbado, juntamente com os vereadores do PS, o contrato para a cedência da gestão do estádio municipal ao Beira-Mar.
Caso Ana Vitória Neves e Miguel Fernandes decidam manter-se no executivo – com o estatuto de independentes – a coligação PSD/CDS-PP perde a maioria absoluta na autarquia, uma vez que os vereadores do PS (3) e os dois independentes, ultrapassam o número de vereadores da coligação (4).
O executivo ficará a partir de agora reduzido a quatro elementos a tempo inteiro: Élio Maia (independente eleito pela coligação PSD/CDS-PP), Carlos Santos (PSD), Pedro Ferreira (PSD) e Maria da Luz Nolasco (CDS-PP).
A agência Lusa tentou obter um comentário de Ana Vitória Neves e Miguel Fernandes, o que até ao momento não foi possível.
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