O reitor da Universidade de Aveiro (UA), Manuel Assunção, disse, ontem, que o Governo ainda não cumpriu o contrato-programa assinado com aquele estabelecimento de ensino superior, na sequência da passagem a fundação.
O acordo, assinado em Setembro de 2009 com os Ministérios da Finanças e do Ensino Superior, previa o pagamento por parte do Estado de 40 milhões de euros ao longo dos próximos cinco anos, mas até agora a UA não recebeu qualquer dinheiro.
Em declarações à Agência Lusa, o reitor admitiu que esta situação “gera constrangimentos” e levou a uma redução da actividade da UA.
“Se tivéssemos mais dinheiro, podíamos ter mais actividade. O contrato-programa ia permitir ter recursos adicionais que, por via disso, ainda não temos”, afirmou Manuel Assunção.
“A verba era essencialmente destinada a recursos humanos e, portanto, afecta a capacidade de ter mais investigadores, mais bolseiros de investigação e mais alunos de doutoramento”, explicou.
Contudo, o reitor da UA realçou que “estão conscientes da situação do país e solidários com ele”.
“Não podemos pedir para nós aquilo que não é possível ter para todos”, vincou Manuel Assunção.
Por outro lado, adiantou que a crise pode ser encarada como uma oportunidade para uma maior aproximação entre as universidades, as empresas e o tecido produtivo.
“Todos os agentes económicos falam em ter melhores produtos exportáveis e para redução das importações e, portanto, isso precisa de inovação no processo produtivo e as universidades podem ter aí um papel importante”, explicou.
Manuel Assunção destacou ainda que, em 2010, a UA teve “bons resultados” do ponto de vista da cooperação com as empresas e na recolha de receitas próprias por entidades terceiras, através da prestação de serviços e transferência de tecnologia.
Actualmente, a UA está a apostar na criação de portefólios com a oferta de serviços que possa ser útil às empresas e na mobilização de agentes que façam o papel de facilitação no diálogo com as empresas.
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