É já no próximo sábado, dia 22 de Janeiro de 2011, que Soza acolhe, a tradição das “papas” nas novenas, inserida na Festa em Honra a São Sebastião. Os festejos tem início com a novena, às 20h, na Capela Senhor dos Passos seguida da tradicional oferta das papas de abóbora aos participantes. No final, decorre o baile tradicional com um grupo musical. No dia seguinte, pelas 15h00, tem início a missa e a tradicional procissão em honra a São Sebastão.
A tradição das papas surgiu, decorria o ano de 1970, quando um grupo de jovens regressados da guerra do Ultramar resolveu fazer uma festa no ano seguinte (1971) ao Mártir São Sebastião, por agradecimento do regresso, sãos e salvos. Ficou acordado que os festejos seriam essencialmente religiosos e que não haveria lançamento de foguetes porque, para quem regressava de uma guerra, mantinha na recordação e no ouvido os disparos das armas mortíferas.
A festa a S. Sebastião já era habitual fazer-se desde tempos imemoráveis e esta já era precedida de uma novena rezada na capela do próprio Santo, por um homem do povo, crente e devoto do patrono.
Como já há anos não se realizavam as novenas, foi difícil encontrar pessoa para o fazer, mas o António João ofereceu-se para esse serviço, sendo, pela primeira vez, distribuídas folhas com a ladainha e cânticos próprios (já centenários).
Assistiam às novenas homens, mulheres e muitos jovens. Era já tradição dizer aos jovens que, no último dia da novena deveriam levar uma colher, porque havia uma senhora que daria papas de abóbora. Não se sabe se em tempos remotos alguma vez foi feita tal oferta, no entanto, os jovens lá iam com a sua colher escondida, desconfiados da dádiva das papas que nunca apareciam.
Foi, então, que esse grupo de jovens, regressados do Ultramar, de se lembrarem desses anos que nunca tiveram as ditas papas, que resolveram, pela primeira vez, fazer, em frente à capela, uma fogueira onde os familiares dos mordomos confeccionaram as tão ansiadas papas de abóbora. Foi aqui que começou, então, a tal tradição das “papas de abóbora” que, ao longo dos anos, tem vindo a aumentar significativamente, o número de caldeiras de papas, para guloseima das inúmeras pessoas que se deslocam ao local, muitas delas vindas de outros lugares.
Um agradecimento especial a Mário Pedro Moreira pela cedência da informação que aqui expomos sobre a tradição das “Papas”.
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