A Banda Filarmónica da Mamarrosa assinalou, no domingo, 94 anos de existência e 32 anos da Associação Beneficente, Cultura e Recreio da Mamarrosa (ABCRM), entidade constituída com o objectivo de servir de suporte legal à Banda.
Política do “bota abaixo”. Arsélio Canas, presidente da (ABCRM), começou por recordar os dias difíceis que a banda atravessou ao longo da sua existência, sublinhando que “se os tempos já passados não foram fáceis, também os dias presentes não o são”. “Vivemos numa sociedade onde nada se valoriza, onde se menospreza o respeito e a sabedoria dos mais velhos, onde se desrespeita a autoridade de quem chefia. Dias mais difíceis virão certamente, se não soubermos de facto fazer uma triagem entre aqueles que dão o seu tempo desinteressadamente, o seu trabalho, o seu suor e aqueles que lutam contra tudo o que está construído, numa política só «do bota abaixo»”, referiu Arsélio Canas.
Tempos difíceis. O presidente da Banda reforçou que, “de facto, vivemos tempos conturbados. Mas se é ingrato, no ano de maior investimento da colectividade, no ano em que se fez a restauração completa do edifício sede, onde além da Banda e de todas as actividades dela dependente, se alberga a Extensão de Saúde da vila, obra que está ao serviço gratuito de toda a população, como é que é possível, que ao longo de sete meses em que se efectuaram peditórios na freguesia, haja pessoas que se negaram a dar a sua contribuição por mais pequena que fosse. E pessoas que ofereceram verbas que agora se recusam a dar ou ainda os eternos pensadores, «do vou pensar»”. “E o mais ingrato é que são esses os maiores utentes da Extensão de Saúde, são esses os frequentadores mais assíduos”, acrescentou.
Pedro Fontes da Costa
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