“Paredes do Bairro – Oito séculos de história”, da autoria de Fernando de Jesus Loureiro, foi apresentada publicamente, no passado domingo, dia 21, no Centro Cultural, Social e Recreativo local. A obra, uma monografia da freguesia, lançada no âmbito da comemoração do 25.º aniversário da criação da Freguesia de Paredes do Bairro que, em 1985, se separou da freguesia-mãe (S. Lourenço do Bairro), é um marco nos registos escritos da freguesia.
Numa apresentação inédita e invulgar, acabaria todo o evento por se centrar em torno de algumas passagens e episódios do quotidiano das suas gentes e não na apresentação formal do livro, remetido propositadamente pelo autor para um segundo plano.
Por isso, subiram a palco do Centro Cultural e Social de Paredes do Bairro vários sketch, retratando usos, costumes de tempos idos (muito bem representados por elementos do Grupo Folclórico local), assim como registos em vídeo de momentos marcantes da história de Paredes do Bairro.
Durante o evento, a docente e investigadora Maria Alice Rodrigues, natural da Pampilhosa, fez a apresentação de “uma monografia com tudo o que interessa sobre o passado de uma região”. Uma obra que abarca uma vastidão de tempo (oito séculos) retratando diversas temáticas, contendo informações preciosas.
Na oportunidade, o presidente da Junta Joaquim Cruz sublinhou que o evento é o culminar das comemorações, sendo o livro o resultado de um repto que lançou ao autor aquando de uma exposição de quadros e fotografias antigas que teve lugar na sede da Junta. Um livro “muito completo e trabalhoso” que veio tornar a freguesia culturalmente mais rica. “Uma obra que permite às gerações actuais e futuras melhor conhecer a freguesia e a sua vasta história”, diria.
Peça fundamental na elaboração desta monografia foi também o contributo dado pela investigadora Maria Alegria, da Universidade de Coimbra. Foi graças à sua colaboração que Fernando Loureiro chegou ao foral da freguesia (entregue pelo autor, durante a apresentação, à Junta de Freguesia). Presente na cerimónia, revelou que foi durante a pesquisa e ajuda solicitadas pelo autor que se deparou com “uma terra cheia de história, com dados importantes e documentos bem conservados”.
Quanto ao livro, na sua opinião, “é o fruto de um trabalho com grande significado e portanto um marco na história da freguesia”, cabendo agora “aos presentes e aos vindouros saber honrar a obra de Fernando Loureiro”. A investigadora não deixou de se mostrar surpresa com os muitos documentos e registos encontrados sobre Paredes do Bairro, avançando que o mesmo já não se passa em relação à sede do concelho – Anadia – “que não é rico em registos escritos sobre a sua história, deixando o repto de que “muito há para desbravar” e que “o concelho tem muito por onde se pode investigar e escrever”.
Emocionado, Fernando Loureiro confessou aos presentes (perto de duas centenas) que estava a viver um dos dias mais felizes da sua vida. Uma cerimónia duplamente marcante: “o livro contribui para a minha realização pessoal, mas também contribui para escrever uma página da história da freguesia”. O autor aproveitou também para homenagear a Junta de Freguesia de S. Lourenço do Bairro, pelos vários contributos na cedência de material e actas, oferecendo ao executivo uma tela pintada por si.
A terminar, também o edil anadiense, que se fez acompanhar pela vereadora da Cultura, Rosa Maria Tomás, destacaria que contar a história da freguesia até se torna um acto simples, já que o momento e a cerimónia ficam na história da freguesia, destacando que o livro foi o elemento com menos destaque, já que o evento foi aproveitado para contar histórias da vida da população. Uma apresentação sui generis, invulgar, mas muito interessante, convidando o autor a continuar a escrever: “não fique por aqui. Vamos em frente, pois o seu trabalho é meritório e engrandece Paredes do Bairro”.
Na oportunidade, Litério Marques avançou ainda que a Câmara continua atenta às necessidades da freguesia e que se avizinham novos investimentos, nomeadamente o pólo escolar, que terá comparticipação de fundos comunitários, mas também o Centro Paroquial que, embora financeiramente mais complicada, é uma das necessidades da freguesia.
Catarina Cerca
Diário de Aveiro |