VN MONSARROS:AUTARCA ADMITE EXISTÊNCIA DE VÁRIAS CARÊNCIAS

António Duarte cumpre o que diz ser o terceiro e último mandato à frente dos destinos da freguesia. “Não só porque a Lei não permite a sua recandidatura”, mas porque diz que “no final do mandato deve sair, para não se criarem vícios”.
E é com a mesma determinação que revela algumas das carências que mais o preocupam. A ampliação do cemitério da freguesia é apontada por si como a mais urgente já que, actualmente, só existem seis campas livres. “É urgente ampliar o cemitério (criar mais 120 novas sepulturas e nove jazigos elevados), murar e preparar todo o seu interior. “Mas para avançar com a obra é necessária verba que a Junta de Freguesia não tem”, acrescenta, dizendo que de um orçamento de 104 mil euros, da Câmara ainda não recebeu qualquer apoio financeiro, e do Estado apenas recebeu duas das quatro tranches do Fundo de Equilíbrio Financeiro (FEF).
Preocupante é, também, a conclusão do saneamento, muito embora lugares como Vila Nova de Monsarros, Monsarros e Grada estejam com uma cobertura de 80 a 90%. “Só o Poço, Algeriz e Parada é que ainda estão muito atrasados”, destaca.
Com a sede da Junta de Freguesia instalada numa sala exígua do primeiro andar da antiga Escola Primária, António Duarte diz que a conclusão da reabilitação do novo espaço que a autarquia vai ocupar é igualmente uma prioridade.
O projecto da remodelação está a ser elaborado por técnicos da Câmara Municipal e a nova sede da Junta irá passar para o rés-do-chão do edifício e que terá acesso para pessoas deficientes.
“Vamos ocupar o espaço deixado vago pelo Jardim- de-Infância que será dividido, por forma a albergar os serviços da Junta e da Assembleia de Freguesia,” adianta o autarca.
Com perto de nove anos de vida autárquica, António Duarte não compreende como é que o PDM (Plano Director Municipal) continua a ser um entrave ao desenvolvimento das freguesias, lamentando que muitos casais jovens da freguesia tenham de partir por não poderem construir casa na terra que os viu nascer.

Ambiente e espaços verdes. Numa freguesia eminentemente rural, a preocupação ambiental é grande. Dotada de uma beleza natural única, a autarquia pretende fazer com que a freguesia seja muito procurada pela sua riqueza ambiental e paisagística.
Por isso, a obra iniciada no ano anterior em Parada vai continuar. Ali está a nascer um espaço verde único, com a criação de um parque de merendas, com projecto aprovado pelo Ministério do Ambiente. “A represa foi reconstruída, criou-se um espelho d’água límpida e cristalina, estando agora prevista a construção de uma das margens e a replantação de algumas das árvores que morreram”. No local faltam ainda as mesas, bancos e sanitários que só podem ser colocados se a Câmara Municipal ajudar financeiramente.

Toponímica. Na lista das prioridades está também a atribuição de números de polícia e a revisão da toponímica da freguesia. “Os nomes de todas as ruas foram já aprovados pela Assembleia e agora queremos começar a distribuir os números de polícia”, diz, ciente de que não será uma tarefa fácil.
“Tínhamos mais de 160 ruas sem nome da freguesia. Imagine o trabalho que vai ser e o custo que terá. Mais uma vez, sozinhos, sem ajuda da Câmara não teremos verba para começar esta importante obra”, reconhece.

Catarina Cerca
catarina@jb.pt


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