Apesar de aprovado no anterior mandato, os vereadores do Vagos Primeiro (VP) recusaram-se a “pactuar” com a vontade da maioria, e decidiram “chumbar” o projecto que prevê a ampliação dos actuais Paços do Concelho, sob sistema de arrendamento.
Em causa, está a constituição do direito de superfície sobre o terreno onde o projectado edifício será instalado, embora associado à construção de ampliação e remodelação do mesmo, com posterior arrendamento pela entidade adjudicante.
Um negócio, que para o Executivo de Rui Cruz, é prioritário e uma “questão de oportunidade”, uma vez que dará espaço suficiente para “permitir o enquadramento global do que são os serviços do município”.
Não é esse o entendimento do vereador Mário Martins (VP). Discorda frontalmente do negócio, que não considera prioritário, e entende que a iniciativa camarária devia ser travada porque “a crise que o país atravessa e o endividamento camarário, assim o exigem”.
Uma situação que vai encarecer ”de forma significativa” a ampliação dos actuais paços do concelho, admite Mário Martins. “Isto é como no crédito à habitação, no final temos o prédio pago três vezes mais”, acrescenta o vereador da oposição, para quem existem outras prioridades “bem mais prementes”, alegadamente “para manter o normal equilíbrio do concelho”.
E dá apenas um exemplo: “a construção dos centros educativos, que nunca mais arrancam”. Aprovado na Câmara e na Assembleia Municipal, com os votos favoráveis da maioria “laranja”, o projecto sofreu alterações de pormenor e será levado a concurso público. Desta vez pode não ficar deserto, como aconteceu no passado.
Eduardo Jaques
Diário de Aveiro |