Moção de protesto pela desactivação da Linha do Vouga e em defesa da reabilitação, proposta em termos previamente aceites pelas bancadas, sem unanimidade na Assembleia Municipal.
Por requerimento do vogal social democrata Paulo Anes, seria acrescentado um ponto, em que se pede para ser levado em conta pela tutela dos transportes públicos o plano de mobilidade posto em marcha pela Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA).
A moção da Assembleia Municipal (AM) "serve para abrir e não fechar portas", justificou Manuel António Coimbra, do PSD. O Governo é chamado a tomar decisões “melhor sustentadas” antes de desactivar a Linha do Vouga. Por isso, qualquer decisão sem ter em conta os estudos de mobilidade e transporte colocados em marcha pela Região de Aveiro “é extemporânea”.
Há quem já não acredite na manutenção do “Vouguinha”, como o deputado do PSD Olinto Ravara.
Já o presidente da Junta de Eixo, Carlos Anileiro, pediu aos seus pares para serem “realistas, fazer as contas do momento e encontrar a melhor solução para o futuro sem demagogia”.
À esquerda, o deputado Filipe Guerra, do PCP, rejeitou os argumentos financeiros que parecem querer condenar as automotoras. “O défice representa 1% da CP por ano”.
O bloquista Ivar Corceiro alertou também para custos sociais “ainda mais altos ao trocar o transporte colectivo pelo individual”.
Ernesto Barros, do CDS, pediu para não se desistir da linha férrea secular, até porque o Governo “já recuou”.
O PS, através de Francisco Picado, considerou “urgente acções concretas” para o município demonstrar que “está a fazer tudo” para manter a linha, nomeadamente transportes complementares da MoveAveiro.
A moção, que até foi redigida por todos os líderes das bancadas, acabaria por não colher unanimidade. Sete deputados do PSD optaram pela abstenção, tirando força à tomada de posição a enviar ao Governo. Os restantes votaram favoravelmente. Diário de Aveiro |