Os alunos estrangeiros que estudam em Aveiro, ao abrigo do programa Erasmus, estão convidados a passar o Natal junto das famílias portuguesas, através de uma iniciativa promovida pelo Centro Universitário Fé e Cultura. Em entrevista à Agência ECCLESIA, o director do CUFC considera que o evento tem a dupla vantagem de “consciencializar a comunidade para a existência destes jovens” e concretizar o “espírito de acolhimento” que caracteriza a quadra natalícia. Por outro lado, trata-se de uma experiência que “corta rotinas” e “alarga a vivência” de ambas as partes, uma vez que favorece “o contacto entre diferentes culturas e religiões”, salienta o padre Virgílio Maia. O evento, intitulado “Dia de Natal com…”, foi lançado pelo sacerdote em 2010, quando chegou à paróquia da Gloria, e abrange jovens das mais diversas nacionalidades e crenças. “Na altura pensámos nos alunos mais próximos aqui do CUFC, que frequentam tanto a Sé como o Centro Universitário, mas este ano quisemos alargar”, explica. Cada família pode acolher dois ou três alunos, minimizando assim o facto deles estarem fora do seu ambiente, longe de tudo aquilo que conhecem. “Quando era jovem e estava na paróquia, nos trabalhos, sempre me sensibilizou este acolhimento de alguém que está mais só, é sempre uma novidade quando alguém se lembra de nós”, aponta o padre Virgílio Maia. José Meneses, um estudante indiano de 31 anos, participou na primeira edição do evento, “gostou muito da experiência” e acredita que ela “irá funcionar muito bem” durante esta quadra natalícia. Natural de Goa, chegou a Portugal em Setembro do ano passado para acabar o pós-doutoramento em Química Orgânica, na Universidade de Aveiro. Apesar de ser católico, o tempo passado junto de uma família portuguesa permitiu-lhe conhecer “vivências diferentes” e “novas formas de partilhar o Natal”, a começar desde logo pela “comida”. Isabel Pereira, uma professora da Universidade de Aveiro, teve oportunidade de acolher dois jovens alunos vindos da Ucrânia e Bielorrússia. “Eram os dois ortodoxos, falámos dos nossos costumes e para os nossos filhos foi muito bonito eles perceberem que é importante acolher as pessoas”, realça. Para a docente, são oportunidades como esta que contribuem também para a “aproximação inter-religiosa” e a “congregação de esforços” entre os povos. Diário de Aveiro |