Na impossibilidade de prosseguir o interrogatório de Paulo Penedos, devido à ausência do seu advogado, Ricardo Sá Fernandes, o tribunal vai começar a ouvir as testemunhas arroladas pela acusação. Não é inocente que a primeira testemunha seja um dos peritos financeiros da Polícia Judiciária (PJ), Vítor Marques, que mais de perto acompanhou as investigações e o inquérito.
Aguardam-se explicações sobre os contratos dos negócios dos resíduos, os alegados favorecimentos entregues em dinheiro e também os prejuízos que alegadamente terão sido causados a empresas públicas, nomeadamente a REN e uma empresa da EDP a troco dos favorecimentos do grupo de Manuel Godinho.
O alegado empréstimo de 1,2 milhões de euros que Paulo Penedos consegue para fins pessoais do empresário de Ovar, do qual diz ter sido, à altura dos factos advogado, será outro assunto a tratar.
Entre 2001 e 2009, terá sido encaminhado, a título de subornos, para outros arguidos um montante global de 941.129 euros. Os valores vão para além destes montantes.“São muitos milhões de euros” adiantou fonte conhecedora do processo.
O processo tributário, na origem do Face Oculta, estimou um desvio de 14 milhões de euros entre 2005 e 2008. A acusação do Face Oculta requer a perda a favor do Estado, pelos alegados crimes, de um valor de quase 5,7 milhões de euros. Diário de Aveiro |