O secretário de Estado da Administração Local, Paulo Júlio, manteve ontem ontem uma reunião, em Aveiro, com a CIRA, no âmbito da preparação da região piloto para aplicar a reforma do poder local prevista no “Documento Verde”. Ribau Esteves diz que esse encontro “correu bem”. O autarca defende a aposta obrigatória na escala intermunicipal com eleição directa dos políticos que assumam esse patamar de poder.
"A aposta na escala intermunicipal é obrigatória. Somos bom exemplo disso. Por isso o governo escolheu Aveiro para o estudo piloto. Mas o estudo não pode acabar com a fortaleza política do poder local. E onde está a fortaleza? Está nos municípios. Há um problema . Sou presidente da CIRA por decisão de 11 pessoas e não eleito directamente. É um problema político. A reforma não pode acabar com a diminuição de competências e importância dos municípios”, adianta Ribau Esteves.
Num encontro organizado pelo PP, à noite, no antigo edifício da capitania, em Aveiro, Raul Almeida, deputado do CDS, manifestou-se a favor dos executivos de uma só cor política. “Concordo. Defendo que o executivo deve sair da lista mais votada. O presidente deve escolher a equipa governativa”.
Manuel Oliveira, presidente da CM de Ovar que substituiu José Junqueiro, reflectiu sobre as mudanças ao nível do território. Diz que há questões que devem ser levadas em linha de conta e não apenas critérios ao nível da densidade populacional sob pena de deitar no lixo investimentos feitos nos últimos anos. “Habitantes e distância é muito pouco. A identidade é importante e a questão dos equipamentos pode transformar-se numa anedota. Tenho uma freguesia que andou 20 anos a pedir um edifício da junta. Estamos a acabar o edifício para uma Junta que pode desaparecer. Imaginem o paradoxo desta situação”, questionava o autarca de Ovar.
José Pinheiro, vereador do CDS na CM de Vale de Cambra, foi autarca de Junta de freguesia durante 16 anos. Defende a manutenção das Juntas. “Acho que as freguesias devem continuar a existir e ter identidade própria. Deve haver uma entidade administrativa que faça a gestão desse espaço que foi aumentado mas que não vai desvirtuar o espaço da freguesia”. Diário de Aveiro |