O Presidente da Câmara de Aveiro entende que o PS não tem autoridade para criticar a gestão municipal da maioria de direita enquanto não fizer "um acto de contrição" por decisões suas, tomadas enquanto poder autárquico, que "hipotecaram" os próximos 15 anos. Élio Maia queixa-se de continuar a ter de canalizar verbas para resolver o passivo herdado em 2005 dos dois mandatos de Alberto Souto, inviabilizando outros investimentos locais. O edil eleito pela coligação PSD-CDS, que falava esta segunda-feira à tarde no balanço de dois anos do segundo mandato no cargo, deu o exemplo, muito recente, do "resgate" de mais dois lotes do Plano de Pormenor do Centro, envolvendo encargos para o município de quase 604 mil euros. A Câmara hipotecou os terrenos na banca e vendeu-os em hasta pública há 11 anos, no entanto nunca formalizou o negócio. "Agora temos de andar a gastar estas fortunas e pôr dinheiro praticamente fora para conseguir resgatar e fazer escritura. Isto é imoral, com prejuízo ainda para o município por não ter recebido o IMI", disse Élio Maia. Os 600 mil euros entregues ao banco por uma operação de leaseback mais ampla "davam para fazer uma obra de 4 milhões, por termos comparticipações de 80%", notou o Presidente. Diário de Aveiro |