PEDRO FERNANDES DIZ QUE DEIXA NO CTE “PROJECTO CULTURAL CONSOLIDADO”.

O ex-responsável pelo Cine-Teatro de Estarreja diz que deixa a sala “como referência nacional”. Pedro Fernandes, gestor e programador cultural, faz balanço positivo de seis anos de trabalho. Diz que deixa um “projecto cultural consolidado”. Justifica a saída por “não ter conseguido chegar a acordo com o Município acerca do novo vínculo a adoptar”.

Pedro Fernandes foi o rosto nos seis anos de programação depois da reabertura salientando que “desde o início que o Cine-Teatro de Estarreja almejou a alcançada projecção nacional e para tal foi alinhada toda a cultura organizacional incutida e todos os processos de trabalho desenvolvidos”.

Em termos de propostas culturais, passaram pelo palco do Cine-Teatro de Estarreja mais de 2000 eventos, compreendendo cerca de meia centena de espectáculos no auditório e cerca de uma centena no café-concerto, complementados pelas sessões de cinema e de outras actividades como palestras, formações ou sessões para escolas.

Destacaram-se no cartaz nomes internacionais da música como Lloyd Cole, Joan as Police Woman, Au Revoir Simone, Tindersticks, Nouvelle Vague, Brad Mehldau Trio, Devotchka, José James, Andy Mackee, ou os brasileiros Diego Figueiredo, Edson Cordeiro e Seu Jorge.

No panorama musical nacional foi marcante o ciclo Concertos Íntimos, onde actuaram David Fonseca, Pedro Abrunhosa, Cristina Branco, Tereza Salgueiro, Nuno Guerreiro, Madredeus, Paulo de Carvalho, Ana Moura, Clã, The Gift, Camané, Sara Tavares, Jorge Palma ou Sérgio Godinho.

Outros artistas consagrados também lá passaram em concertos avulso, tais como José Mário Branco, Rodrigo Leão, Vitorino, Mão Morta, António Zambujo, Danças Ocultas, Toques do Caramulo ou Galandum Galundaina. Na área do Jazz nacional passaram os maiores vultos, sobretudo no âmbito do EstarreJazz, tais como Maria João, Mário Laginha, Bernardo Sassetti, Orquestra de Jazz de Matosinhos, Carlos Bica, João Paulo Esteves da Silva, Laurent Filipe, Jacinta ou o projecto In Loko.

Festival Sirenes com artistas emergentes; FesTeatro; 100Cenas e espectáculos de dança também mereceram destaque. Pedro Fernandes destaca a “visão ambiciosa de implantação nacional” concretizada com o CTE a extravasar “primeiro a cidade, depois o concelho (tornando-se numa referência regional) e por fim o distrito (sendo já uma referência nacional)”. O ex-responsável deixa o cine-teatro com “palavra de reconhecimento a essa equipa e votos para que mantenham o CTE a voar bem alto”.


Diário de Aveiro


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