O final da safra do sal em Aveiro foi comemorado, no sábado, em festa. Dezenas de pessoas assistiram a uma recriação na marinha da Troncalhada da cobertura à moda antiga de um monte de sal. Uma actividade tradicional que é indissociável de Aveiro mas com futuro cada vez mais incerto.
A festa e o convívio entre gentes locais e visitantes de ocasião, ao som de grupos etnográficos, afastou, por algum tempo, as ameaças, bem reais, que pairam de extinção da actividade artesanal.
Aos 57 anos, João Cascais, marnoto e dono da marinha “Dezoito dos Caramonetes”, aguenta por amor ao sal. Este ano, a falta de sol diminuiu em muito a quantidade. Mas a rentabilidade não paga o trabalho, o que poderia ser diferente com a certificação como produto de origem protegida. Este ano tenho umas 50 toneladas e o sal não tem saída. Está tudo muito parado”, refere o produtor.
A marinha da Troncalha, propriedade da CM, é um oásis no salgado. Os proprietários queixam-se da falta de apoio, quanto mais não fosse para melhorar acessos ou refazer as defesas. Actualmente subsistem a produzir sal oito marinhas em Aveiro. Diário de Aveiro |