Ainda a apreensão recorde de oito toneladas de pescado imaturo na Gafanha da Nazaré. Carapaus juvenis, conhecidos como "jaquizinhos", que poderiam valer, no mercado, 55 mil euros. Um dos três comerciantes identificados pela GNR, que arrisca agora coimas elevadas, mostrou-se revoltado, "as autoridades só tem uma preocupação, já é regra, autuar e fiscalizar o comerciante, nós é que somos os maus da fita", disse revoltado. Domingos Pepolim também não iliba a Docapesca, enquanto entidade reguladora, de culpas, ao não ter critérios na aplicação da tolerância legal. "A DOCAPESCA tira o rabo da seringa, quando chega a hora da verdade, há dois meses apreendeu-me três mil euros de petinga que eu paguei à DOCAPESCA por causa do critério de calibragem, aqui calibram o peixe pela quantidade e em Matosinhos obrigaram-me a parar logo à entrada, mediram-no e apreenderam-mo", referiu. A Docapesca, embora contactada, não prestou esclarecimentos e a GNR garante cumprir a lei. O último pescado apreendido na Gafanha da Nazaré apresentava uma larga percentagem de carapau com tamanhos entre os 9 e os 12 centímetros. O mínimo é de 15 centímetros, justificado pela necessidade de preservar a espécie. As apreensões são recorrentes mas não em quantidades tão elevadas como aconteceu desta vez. O pescado, como é habitual, acaba por ser distribuído por instituições de caridade, como foi o caso da obra do Frei Gil. "Somos uma instituição com algumas carências e é bom usufruir deste peixe que será, agora, consumido". A entrega beneficiou dezenas de instituições dos Distritos de Aveiro, Viseu, Guarda e até do Porto. Diário de Aveiro |