Em contagem decrescente para a celebração dos 84 anos do parque Infante D. Pedro, inaugurado no dia 26 de Junho de 1927, hoje é dia de tertúlia sobre a utilização do Parque Infante D. Pedro entre os anos 1940 e 1980. Encontro na Casa de Chá ao final da tarde para ouvir e contar histórias sobre o parque.
Estas tertúlias surgem no âmbito do projecto P=LHNS (Parque = Lugar com Histórias e Natureza para Socializar), coordenado por Liliana Sousa, professora da Escola de Saúde da UA, e financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian através do Programa Entre Gerações.
O objectivo é mesmo conseguir criar pontes entre gerações que passaram pelo parque e no parque criaram memórias de uma vida. E garantir esses testemunhos, por exemplo com recurso a entrevistas, como forma de abrir caminhos a novos projectos de dinamização daquele espaço. “O parque é um palco da comunidade e palco da identidade aveirense. Isso é o que temos vindo a reforçar ao longo de um ano com este projecto. Há testemunhos do relevo que o parque teve nas gerações de 40 a 80 na vida dos aveirenses. Foi palco de infância, namoros, festejos do casamento e local de passeio de filhos. Era uma instituição”, refere a investigadora.
Um projecto que surgiu inspirado pelo desenvolvimento da vertente “Histórias do Parque” que, ao fazer a recolha de dados através de entrevistas a cidadãos de Aveiro que compunham parte da população dos frequentadores do parque entre os anos 40 e 80, se sentiu a necessidade de promover uma dinâmica alargada ao grande grupo. O grupo de trabalho partiu para o início a um registo de contactos de pessoas que faziam deste parque “o quintal da sua casa”. Era considerado “a sala de estar pública da cidade”, pois era nele que os cidadãos aveirenses encontravam o convívio e o lazer que a cidade poderia oferecer.
Dada a escassa informação sobre este lugar nas diversas referências bibliográficas sobre Aveiro, revelou-se pertinente promover uma tertúlia também como forma de recolha de dados. Na medida em que a história do parque se insere na história da cidade de Aveiro, os responsáveis pelo projecto dizem que é “relevante que a revitalização e dinamização do espaço acarretem a sua dimensão histórica e social”. Por isso, a aposta nas histórias peculiares que os mais velhos têm por contar, ao criarem um vínculo social e emocional, podem constituir a ponte de ligação entre as várias gerações e o lugar. Diário de Aveiro |