BANCOS ALERTAM PARA CRÉDITO MAIS SELECTIVO E PRIORIDADE À ÁREA DOS BENS TRANSACCIONÁVEIS.

As reuniões abertas do Conselho Geral da Caixa Geral Depósitos passaram ontem por Aveiro. Desta vez, este encontro regional contou também com a participação do presidente da Associação Portuguesa de Bancos. O presidente da Caixa deu conta do empenho do banco público em garantir o financiamento da economia, pese embora as dificuldades actuais nos mercados.

Com os olhos postos na Grécia, onde parece cada vez mais inevitável um novo pacote de ajuda financeira, e ameaça de contágio a outros países acossados pela dívida, a Caixa Geral de Depósitos afirma-se mobilizada para corresponder às exigências da troika e contribuir para fortalecer a banca em Portugal.

Faria Oliveira, presidente do banco público, mostrou o rumo a seguir durante uma reunião do conselho geral, em Aveiro, aberta a centenas de clientes, sobretudo empresas, da região. “Nós temos que fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para cumprir os requisitos por este acordo. Ajustar o que está errado e ter crescimento económico sustentado e para isso temos que corrigir o modelo de crescimento e investir na área dos bens transaccionáveis. Para isso é preciso ter uma banca que apoie a economia”, disse Faria de Oliveira em declarações à Terra Nova.

A crise financeira fechou a torneira do crédito, que passa a ser muito mais rigoroso. António de Sousa, presidente da Associação Portuguesa de Bancos, assumiu que nem todos estarão à altura de cumprir as exigências, o que é muito notado no mundo empresarial. “Uma coisa que já é sabida e era conhecida há muito tempo, num momento como este com empresas fragilizadas e em que os accionistas por uma quantidade de razões não investiram, podemos ter a certeza: o chamado dinheiro fácil e barato acabou porque foi ele que esteve na base da crise, essa sim internacional de 2008”, sublinha o responsável da APB.


Diário de Aveiro


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