De acordo com o estudo “European Football Attendances Report 2011” desenvolvido pelo IPAM – The Marketing School, e apresentado esta tarde durante a Sports Marketing 11, o Sporting perdeu quase 10 mil adeptos por jogo nos últimos cinco anos. Entre 2006 e a última temporada, o Alvalade XXI viu a diferença em termos de espectadores acentuar-se para os rivais de Benfica e FC Porto. Dragão e Luz “levam à bola” actualmente mais 12 mil adeptos do que o Sporting e a diferença para o Sp. Braga – quarto classificado também neste “campeonato” – é menor do que nunca. O estudo mostra também que o Benfica é o clube português que mais adeptos perdeu durante a época que agora acaba de chegar ao fim. Face à época transacta que culminou com a conquista do título de campeão nacional, a equipa comandada por Jorge Jesus perdeu 12 mil adeptos por jogo, um número que “atira” o emblema encarnado para o 31º lugar do ranking da afluência aos recintos desportivos. Em sentido inverso, o percurso vitorioso do conjunto azul e branco valeu ao FC Porto uma subida de 10 lugares, que leva o actual campeão nacional até ao 33º posto da tabela de assistências. A longa caminhada rumo à conquista da Liga Sagres foi vista, em média e ao vivo, no Estádio do Dragão por 36.986 adeptos. Este número garante à turma de Villas-Boas, ainda, o título de “estádio nacional com melhor taxa de ocupação” com perto de 75 por cento das cadeiras ocupadas. À imagem da época desportiva presenteada no terreno de jogo, o Sporting estagnou na 61ª posição, com menos de metade do Alvalade XXI repleto. Além de campeões nacionais nos países onde competem, Barcelona, Borússia de Dortmund e Manchester United são também, e pela referida ordem, os clubes que mais adeptos continuam a levar aos estádios pela Europa fora. Sustentado no futebol “tiki taka” posto em prática por Messi, Xavi, Iniesta e companhia, o emblema blaugrana é o único que, actualmente, junta no seu estádio mais de 80.000 aficionados. Em termos de taxa de ocupação, o título de “campeão das assistências” é atribuído aos russos do Zenit de S. Petersburgo. O clube onde militam os portugueses Bruno Alves, Danny e Fernando Meira destaca-se por ser o único com uma taxa de ocupação de 100 por cento. Neste prisma, o FC Porto ocupa a 98ª posição, enquanto que Benfica e Sporting se ficam pelos 152º e 197º lugares, respectivamente. Depois de confirmada a ausência de um emblema português do top ten das assistências ao nível de clubes, o cenário no que toca aos campeonatos também não é o mais animador. Ao fechar a época com um média de 10.056 adeptos por jogo, a Liga Sagres – que havia terminado a temporada 2010/11 entre as 10 europeias mais presenciadas pelos adeptos – perdeu durante a última época quase mil espectadores por desafio e, consequentemente, um lugar entre a elite. Quem aproveitou da melhor forma esta quebra no número de ingressos vendidos foi o campeonato suíço que assim encontrou uma vaga no restrito e concorrido ranking das 10 Ligas mais vistas da Europa. Em termos de taxa de ocupação, apenas quatro dos 20 países analisados – são eles Suécia, República Checa, Roménia e Grécia – ficaram esta época abaixo dos índices da Liga Portuguesa. Apesar dos números mostrarem que são, em média, cerca de 10.000 adeptos que se sentam nas bancadas para ver um jogo da Liga Sagres, o estudo dá a conhecer uma outra realidade: apenas cinco clubes – Porto, Benfica, Sporting, Braga e Vitória de Guimarães – apresentam uma média acima deste número redondo. Com uma média de 1.603 adeptos, a Naval, e à semelhança do que aconteceu no plano desportivo, também foi o “lanterna vermelha” do campeonato nacional em termos assistências. A análise das assistências ao longo das últimas cinco temporadas reforça a posição de liderança da Alemanha. Entre 2006 e 2011, a Bundesliga é mesmo a única que regista uma média de assistências superior a 40 mil adeptos, crescendo durante este período 10 por cento em termos absolutos. Apesar da elevada performance quer dos clubes quer da selecção a nível internacional, a liga portuguesa mantém inalterado o seu nível de assistências nos últimos cinco anos em pouco mais de 10 mil adeptos. Em suma, a análise mostra que o rendimento e a dimensão da população não têm qualquer influência nas assistências nos estádios de futebol. A posição ocupada na tabela classificativa é, isso sim, um aspecto que determina as assistências no estádio. O estudo “European Football Attendances Report 2011”, desenvolvido pelo IPAM – The Marketing School, incide sobre as jornadas realizadas em cada país entre os anos 2006 e 2011, envolvendo as médias de assistências de cada um dos 322 clubes que disputam as 20 principais competições nacionais de futebol da Europa. Diário de Aveiro |