Na sequência das declarações de Pedro Passos Coelho, à Rádio Renascença, no passado dia 26 de Maio, sobre um possível referendo ao aborto, a Federação da Juventude Socialista de Aveiro demonstra "indignação", num comunicado enviado às redacções. Considerando "as declarações do Presidente do PSD uma rasteira à democracia", quando afirma que “não é impossível que se volte a realizar um novo referendo sobre a matéria", Pedro Passos Coelho "insultou os 38 516 13 Portugueses que se dirigiram às urnas e expressaram o seu sentido de voto a 11 de Fevereiro de 2007", dizem os jovens socialistas. Segundo a Direcção Geral de Saúde “antes de 2007 estimavam-se 20 mil interrupções por ano. Depois da entrada em vigor da lei nunca ultrapassaram este valor". O Director do serviço de obstetrícia do Hospital de Santa Maria, Luís Graça, disse em entrevista ao Jornal I que "os ganhos em saúde são evidentes com a diminuição das urgências decorrentes de abortos clandestinos”. A análise e conclusões da DGS dos dados de 2007 a 2010 dizem que "é importante informar e aconselhar a população em especial nas comunidades de imigrantes", não dizem nunca que é necessário “uma reavaliação dessa situação”. Passos Coelho quer, "sem qualquer razão, voltar a implementar um regime de tormento e medo, pondo em causa a própria saúde das mulheres. Não poderemos voltar há hipocrisia que se vivia no passado em que se sabia da existência das clínicas de vão de escada e nada se fazia. Onde as mulheres eram sujeitas a condições desumanas que colocavam em causa a sua vida e a possibilidade de voltar a ter filhos".Para a JS, Passos Coelho "mostrou mais uma vez que é alguém em quem não se pode confiar, pois hoje diz uma coisa e amanhã diz outra, conforme sopra o vento da popularidade das suas propostas. A Juventude Socialista não compreende como um líder do maior partido de oposição pode ser tão vulnerável e não ter coragem de assumir o que pensa para o País". A JS "não entende a posição do presidente do PSD que num momento de tantos sacrifícios para os portugueses e depois de nos ter levado para umas eleições que emagreceram o Estado e por isso a cada um de nós, em cerca de 19 Milhões de euros, nos leve para mais um acto de gasto desnecessário para o país", referem os jovens do PS para quem Passos Coelho "já custou demasiado ao país, mesmo não tendo qualquer responsabilidade governativa com o chumbo do PEC IV, mentindo aos portugueses, tendo um discurso dual, dizendo uma coisa em Portugal e outra completamente contrária no estrangeiro". A JS "condena e condenará sempre todos aqueles que defendam ideias neoliberais e antidemocráticas". Diário de Aveiro |