A Universidade de Aveiro recebe um encontro que debate propostas para resolver efeitos das alterações climáticas no Baixo Vouga Lagunar. As propostas vão ser apresentadas a alguns agentes locais como resultado de um trabalho de investigação desenvolvido por um grupo de investigação interdisciplinar proveniente de diferentes países, no âmbito de um ERASMUS Intensive Program.
No âmbito de um ERASMUS Intensive Program, cerca de 34 alunos estrangeiros (4 Búlgaros, 15 Chineses, 1 Francês, 6 Holandeses, 4 Sul-Americanos e 6 Espanhóis), 10 alunos portugueses e 10 docentes debruçaram-se, durante duas semanas (21 de Fevereiro a 4 de Março), sobre a temática de «Adaptations to Climate Change in Europe's Peri-Urban and Rural Areas in High Risk», em particular o Baixo Vouga Lunar, uma das cinco áreas piloto do projecto F:ACTS !.
Para além da UA, foram envolvidas mais três instituições de ensino superior, tais como a Van Hall Larestein University of Applied Sciences, da Holanda, a Universidade de Santiago de Compostela, de Espanha e a Universidade Técnica de Varna, da Bulgária, e os parceiros do «F:ACTS ! – Formas de adaptação às alterações climáticas através do desenvolvimento de Estratégias Territoriais!», um projecto INTERREG IVC financiado pelo Fundo de Desenvolvimento Regional da União Europeia.
A sessão de hoje, na sala do Senado, é direccionada às instituições envolvidas na gestão deste território e aos agentes locais, serão apresentadas as propostas produzidas através de uma metodologia de aprendizagem direccionada para responder a questões / problemas reais.
De acordo com as investigações mais recentes, o nível superior da água do mar provocará no Estuário uma expansão da área de influência das marés. Deste modo, verificar-se-á uma tendência para que tanto a água salgada como a doce se movam cada vez mais para nascente, colocando a área única do Baixo Vouga Lagunar sob pressão.
As condições climáticas mais extremas podem aumentar a intensidade de cheias fluviais e a intrusão de nos terrenos agrícolas. O resultado directo é que os actuais sistemas agrícolas não poderão ser mantidos se a área se tornar mais salgada, com inundações mais frequentes podendo a paisagem de «Bocage» desaparecer, assim como a sua fauna e flora únicas. Sessão marcada para as 10h00 na UA. Diário de Aveiro |