O passivo do Beira-Mar sofreu redução de 300 mil euros no último ano e está fixado em 8.3 milhões de euros mas inclui verbas adiantadas pela TV que surgem contabilizadas no passivo. Contabilisticamente, as contas do clube deverão apresentar um passivo real na casa dos 5,8 milhões de euros. “Em termos técnicos são 8 milhões. Tirando 1,8 milhões e os deferimentos é que vem para os 6 milhões que se tem mantido desde a última direcção. Os maiores credores é que nos deixaram esse passivo. Os custos não se agravaram. Muita gente admira-se como é que estamos na classificação com o custo de plantel que temos”, adiantava João Silva, responsável pela área financeira na última direcção de Mário Costa e na actual Comissão Administrativa liderada por António Regala deixando claro que a capacidade financeira está esgotada e que é obrigatório fazer receitas extraordinárias para pagar o que resta da época (1 milhão de euros). Por outras palavras, Janeiro será mês de venda de jogadores.
O prejuízo de 182 mil euros no ano da subida regista, ainda, a mais-valia com a venda do terreno das piscinas. De outra forma o exercício teria dado um prejuízo acima de um milhão de euros. Em ano de subida de divisão, os prémios pela promoção rondaram os 400 mil euros.
São dados revelados na apresentação de contas em Assembleia-Geral. O imbróglio com a venda do terreno das piscinas, o não cumprimento dos pagamentos referentes a esse negócio, o reconhecimento da dívida da EMA e o surgimento de procedimentos judiciais de investidores que se reclamaram credores criam algumas dúvidas em relação aos números apresentados.
Na relação com a autarquia, dentro de 15 dias espera-se um tomada de posição do Executivo que vai tentar avançar para um compromisso entre diferentes partidos na aceitação de uma comissão arbitral para analisar todos os documentos e as relações entre clube e autarquia procurando um acordo global.
Os sócios do Beira-Mar aprovaram Relatório e Contas referentes à época 2009/2010 por maioria com duas abstenções e, nesta reunião, os sócios aprovaram por unanimidade o pedido de autorização formulado pela Comissão Administrativa para se poder apresentar junto da banca para efectuar operações bancárias nomeadamente empréstimo bancário até 200 mil euros. Segundo António Regala é a forma de responder às exigências da banca. Diário de Aveiro |