Os efeitos do monóxido de carbono e outros agentes químicos nos bombeiros, num combate a um incêndio rotineiro, são considerados graves. Esta é a conclusão a que chegaram investigadores da Universidade de Aveiro, após uma serie de exercícios práticos realizados nos últimos meses. Hoje foram apresentados os resultados de um estudo sobre os efeitos da exposição dos bombeiros ao fumo. A investigação coordenada por Ana Miranda, professora na UA, revela que os bombeiros "estão expostos a níveis elevados de poluentes quando combatem incêndios florestais". Face aos valores de exposição medidos e aos resultados dos testes médicos realizados é, segundo os investigadores, "inequívoco constatar que os bombeiros estão expostos a níveis de qualidade do ar considerados nocivos para a saúde humana e que, dependendo da duração da exposição, poderão mesmo colocar em risco a sua segurança”. Este dado leva a equipa de investigação a recomendar a "utilização de equipamento adequado de protecção das vias respiratórias durante as operações de combate a incêndios". "Os valores de monóxido de carbono medidos são muito preocupantes e podem levar o bombeiro a períodos de desorientação e à diminuição de reflexos", disse Ana Miranda coordenadora do projecto FUMEXP à Terra Nova. As conclusões deste projecto, iniciado em 2008 pelas Universidades de Aveiro e Coimbra, e Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial, em colaboração com os bombeiros de quatro corporações da região Centro foram apresentados hoje no Departamento de Ambiente da UA. Foram três anos de investigação que permitem adiantar estratégias e medidas de mitigação dos potenciais efeitos do fumo na saúde dos bombeiros. Participaram neste estudo as corporações de bombeiros de Albergaria-a-Velha, Castanheira de Pêra, Coimbra e Lousã. Diário de Aveiro |