REALIDADE DOS SEM-ABRIGO EM DEBATE NA IPSS FLORINHAS DO VOUGA.

No âmbito do Ano Europeu do Combate à Pobreza e Exclusão Social, que assinala neste mês de Novembro a temática dos Sem-Abrigo, e associando também este momento aos 70 anos da IPSS Florinhas do Vouga, hoje é dia de para debater “Sem-Abrigo: opção ou imposição?”. Este encontro está marcado para as 9h00 no Salão D. João Evangelista de Lima Vidal (instalações IPSS Florinhas do Vouga).

Pretende-se que este encontro promova o debate, reflexão e troca de experiências entre profissionais, voluntários, entidades públicas e privadas envolvidas no trabalho com esta população, tendo em vista a definição de futuras estratégias de intervenção social nesta área. No concelho de Aveiro foi desenvolvido um estudo de diagnóstico da situação das pessoas sem-abrigo, enquadrado pela ENIPSA, de acordo com o conceito de sem-abrigo proposto naquela estratégia nacional, e que implicou a colaboração das entidades representadas no Núcleo Territorial dos Programas de Respostas Integradas (PRI) de Aveiro que intervêm nas áreas da prevenção, tratamento, redução de riscos e minimização de danos, a reinserção social, bem como com as instituições com respostas sociais (Centros de Alojamento Temporário, Equipa de Intervenção Directa) e Autarquia.

Neste diagnóstico, realizado em Setembro de 2009, foram sinalizadas 60 pessoas sem-abrigo no concelho de Aveiro, maioritariamente com idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos (33,3 por cento) do sexo masculino, portugueses (83,3 por cento) e naturais da região do Baixo Vouga (apenas os indivíduos de nacionalidade portuguesa).

No que diz respeito às razões pelas quais estas 60 pessoas identificadas no estudo de diagnóstico se encontram em situação de sem-abrigo, as respostas foram bastante diversificadas, o que traduz naturalmente a complexidade do fenómeno em questão. No entanto, é possível identificar as causas associadas a problemas/situações familiares (ruptura, conflito ou morte) como sendo a principal justificação para se encontrarem na actual situação de sem-abrigo, logo seguida da perda de emprego.

Segundo o estudo, a perda de emprego parece constituir um facto explicativo importante: 78,3 por cento das pessoas incluídas no estudo estão em situação de desemprego. Em matéria de fonte de rendimento, 45 por cento dos inquiridos no estudo não tinham qualquer fonte de rendimento, seguidos por aqueles que beneficiam do Rendimento Social de Inserção (18,3 por cento). A situação em matéria de habilitações literárias também não é favorável, na medida em que 71,7 por cento dos inquiridos não detém mais do que o terceiro CEB.


Diário de Aveiro


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