A direcção do Beira-Mar, liderada por Mário Costa, vai esperar até Terça-feira por uma resposta às duas propostas efectuadas no jantar desta semana que reuniu Mário Costa e José Cachide sob a mediação do presidente da Liga de Clubes de Futebol, Fernando Gomes. O prazo de resposta expirava ontem mas a resposta só chegou duas horas antes da Assembleia-Geral de hoje. Segundo Mário Costa, o Beira-Mar precisa de cerca de 3 milhões de euros para saldar compromissos com ex-dirigentes e Inverfutbol. O diálogo está em aberto e o acordo ainda é possível. “Somos homens de luta e de diálogo. Têm caído penhoras sobre o Beira-Mar. Dissemos, quando fizemos o manifesto eleitoral, que se surgissem mais penhoras pedíamos a demissão. Esta semana houve uma reunião com Fernando Gomes (intermediário para ultrapassar o diferendo) para desbloquear a situação. Nesse jantar fizeram-se duas propostas. Esperávamos resposta ontem e a resposta não apareceu. Ligaram-me há duas horas a dizer que há uma última tentativa para chegar a acordo até terça-feira. Vamos esgotar mais essa tentativa. Peço a vossa compreensão e peço que não desmobilizem para a reunião que vamos fazer quarta-feira, em Aveiro, no salão dos Bombeiros Novos para este momento difícil. É preciso sensibilizar as pessoas que o Beira-Mar não pode pagar tudo de uma vez”, disse Mário Costa que pediu a interrupção da Assembleia.
No início dos trabalhos foram apresentados dados sobre as dificuldades de gestão do clube e sobre o melindre que podem causar declarações em momento decisivo das negociações entre actuais órgãos sociais e ex-dirigentes responsáveis pelas penhoras.
Ainda assim foram notadas clivagens entre equipas directivas, acentuadas com a apresentação de dados sobre a gestão dos últimos meses. De Julho a Setembro foram pagos 308 mil euros de compromissos assumidos por antigas direcções e comissões administrativas (acordos com jogadores e treinadores de há duas épocas, encargos financeiros, pagamentos à Liga, Plano Mateus, fornecedores, indemnização ao pessoal das piscinas, processos em tribunal, vencimentos em atraso). “Como se pode cumprir com anteriores direcções?”, questionava João Silva, responsável pela apresentação de dados, numa intervenção que motivou polémica por comentários críticos à gestão da CA de Mano Nunes.
Uma noite com críticas à anterior comissão administrativa por deixar por pagar prémios e custos com pessoal o que viria a merecer a defesa da honra de Emídio Martins na altura membro do executivo de Mano Nunes.
Nuno Quintaneiro lamentou o tom da intervenção e acusou os actuais dirigentes de "ingratidão" defendendo o executivo de Mano Nunes de ter apoiado sempre a CA que viria a concluir a época com a subida. "Estamos sempre a querer sobressair. Acho isso lamentável e mesquinho". Na resposta, António Cruz lembrou que ficou só com o treinador a trabalhar pela subida até final da época quando Mano Nunes se afastou.
Ficou a saber-se que a última subida custou 1,8 milhões de euros e que a subida de 2005 custou 2,8 milhões de euros. “Na última época não foram cometidas loucuras para colocar o clube na primeira divisão”, sublinham os dirigentes. Foto: A Bola. Diário de Aveiro |