PCP DIZ QUE JUSTIFICAÇÕES DO GOVERNO SOBRE INCÊNDIOS SÃO “FALACIOSAS”.

A Direcção Regional de Aveiro do PCP considera “falaciosas e uma fuga para a frente as justificações invocadas pelo Governo, como a meteorologia adversa e os incendiários” para justificar a vaga de incêndios. Lembra que em “2007 e 2008, anos de baixo risco de ocorrência de incêndios florestais, o Governo não hesitou em atribuir às medidas do Governo a redução da área ardida e do número de incêndios florestais”.

Para o PCP, “os problemas estruturais da floresta portuguesa não estão resolvidos” e as saídas ao terreno durante os fogos permitiram concluir que “o abandono rural/agrícola e a desertificação humana, em muito tem contribuído para o agravar da área ardida, dificultando igualmente as próprias operações de combate aos incêndios”. Relembra que a agravar o problema está “o progressivo desaparecimento da floresta autóctone e sua substituição por vastas áreas de pinhal e eucalipto e ausência de uma qualquer política de reflorestação”.

Em conferência de imprensa o PCP revela ainda que “os difíceis acessos, particularmente junto às linhas de água, a falta de pontos de água e a limpeza das matas são outros factores apontados como os principais constrangimentos às operações de combate a incêndios florestais”.

A DORAV do PCP expressou também “solidariedade com as diversas corporações de bombeiros envolvidas nas operações de combate aos incêndios e, particularmente, com a família e amigos da jovem bombeira da corporação de Lourosa – Feira, mas igualmente com os pequenos produtores florestais, agricultores e populações afectadas”.

Ainda segundo o PCP, os dados da Autoridade Florestal Nacional, dizem que Aveiro é o segundo distrito do país com maior número de ocorrências e o quinto em área ardida, cerca de 6 mil hectares. Sendo que, esses 6 mil hectares de área ardida foram, quase na sua totalidade, considerados como grandes incêndios, isto é incêndios com uma área ardida igual ou superior a 100 hectares.

No balanço à época de incêndios o PCP reforçou a importância de lançar “uma nova política agro-florestal, que invista na prevenção estrutural, na reflorestação, no ordenamento e gestão activa da floresta, nos meios e serviços do Estado, garantindo os fundos do PRODER, perdidos pelo corte das contrapartidas nacionais, e no apoio aos pequenos e médios produtores florestais, incluindo intervindo na política de preços”.


Diário de Aveiro


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