O politólogo Carlos Jalali não vê motivo para polémica na recriação da Mocidade Portuguesa em projecto escolar na celebração do centenário da República. Para o professor da Universidade de Aveiro, as críticas do Bloco de Esquerda ou de algum familiar das crianças deve ser respondido com a importância de informar e esclarecer as crianças sobre períodos da história e não ter receio de abordar qualquer tema. “A história explica o que somos e compreender a história é compreender como podemos alterar os padrões históricos que têm prevalecido. Esta necessidade de lidar com o passado é crucial e em Portugal temos tendência para por o passado polémico debaixo do tapete e esconder partes menos gloriosas. Esta recriação pode ser útil se for capaz de explicar, clarificar, contextualizar e dar uma perspectiva crítica e realista da história. Isto é possível”, afirma Carlos Jalali que abordou, ainda, as recentes posições da União Europeia com indicações de novos sacrifícios. Diz que vem provar que o aperto de cinto não é transitório. “O que fica é a confirmação do cenário algo pessimista previsto há umas semanas. A possibilidade destas medidas de austeridade não serem ponto final mas ser evidente a necessidade de novas medidas para acalmar os mercados e ao mesmo tempo acalmar pressões europeias”, adianta Carlos Jalali na leitura de alguns dos factos políticos dos últimos dias. Diário de Aveiro |